ATI prestada pela Cáritas Diocesana de Itabira publica Caderno de Cultura “Histórias de Pescadoras: memórias, saberes e territorialidades do Rio Doce”

O Caderno de Cultura “Histórias de Pescadoras: memórias, saberes e territorialidades do Rio Doce” nasce da escuta e da partilha das mulheres atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, nos Territórios  01 (Rio Casca e Adjacências) e 02 (Parque Estadual do Rio Doce e sua Zona de Amortecimento). 

O material foi produzido para registrar, valorizar e divulgar lembranças, saberes, memórias, técnicas, ritos e olhares das pessoas atingidas sobre suas próprias histórias e relações com o Rio Doce, seus afluentes, lagoas e cachoeiras.

Saberes e memórias

No livro, falamos da pesca como uma atividade que vai além do trabalho: é também memória, cultura, lazer e sustento. As histórias reunidas neste material mostram as vidas e os modos de trabalho dessas pescadoras, que herdaram técnicas, costumes e rituais de suas mães e avós. Suas tradições fortalecem laços comunitários e carregam sentidos de pertencimento, mas estão em risco há quase 10 anos, desde o rompimento.

Como medir a perda de um rio? Como calcular o valor de uma prática cultural, de um saber transmitido de geração em geração? O Caderno também reflete sobre a dimensão imaterial dos danos que o rompimento causou à vida dessas pescadoras que, desde 2015, precisaram se relacionar de outra maneira com as águas e os territórios atingidos. 

Invisibilização no processo de reparação 

Além disso, o livro denuncia a invisibilização das pescadoras atingidas no processo de reparação, tendo sido tratadas como “ajudantes” ou “dependentes”. A atividade pesqueira dessas mulheres foi reconhecida como extensão de suas funções domésticas e, mesmo elas sendo protagonistas na pesca, no cuidado com a comunidade e na preservação das tradições, tiveram o acesso a direitos e às medidas de reparação limitados.

Apesar da dor e da invisibilidade, as pescadoras seguem resistindo. Elas sonham em ver o Rio Doce limpo e vivo, para que filhos e netos possam voltar a pescar, brincar e se reunir às margens dele. Nas  palavras, elas carregam a esperança de reconstruir não apenas a natureza, mas também os vínculos comunitários e afetivos.

Acesse o Caderno de Cultura e conheça as “Histórias de Pescadoras: memórias, saberes e territorialidades do Rio Doce” AQUI.

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