Os encontros contaram com a participação de pessoas atingidas dos 13 municípios que compõem os territórios 01 e 02.
Entre os dias 16 a 25 de julho, as Comissões Locais de Atingidos(as) e a Assessoria Técnica Independente prestada pela Cáritas Diocesana de Itabira realizaram as Assembleias Municipais nos Territórios 01 (Rio Casca e Adjacências) e 02 (Parque Estadual do Rio Doce e sua Zona de Amortecimento).
“As Assembleias são espaços fundamentais de participação e de acesso à informação para as pessoas atingidas dos Territórios”, afirma Ana Carolina Santos, coordenadora da Equipe Jurídica de Reparação.

Foto: Júlia Militão/Cáritas Diocesana de Itabira
As Assembleias Municipais foram abertas para a participação de todas as pessoas atingidas. O primeiro momento teve como objetivo realizar alterações dos regimentos internos das Comissões Locais Municipais, “a partir das demandas trazidas por essas Comissões, que dizem respeito à fluidez do seu trabalho e à maior participação das pessoas atingidas nesses espaços”, explica Ana Carolina.
Em seguida, a ATI apresentou o trabalho realizado de janeiro a abril de 2024, considerando as atividades, materiais e produtos desenvolvidos, bem como a demonstração da prestação de contas. Também foram apresentadas as últimas movimentações do processo de reparação: o processo judicial e a nova Ação Civil Pública sobre os danos à vida das mulheres em razão do rompimento da barragem de Fundão que dizem respeito a questões coletivas de reparação do caso Rio Doce. Para isso, foi elaborado um Boletim com atualizações das informações do processo, que foi apresentado na Assembleia e entregue às pessoas atingidas.
José Santana Pereira, morador atingido de Pingo D’Água, afirmou: “Olha, estava meio parado, mas depois que a Cáritas chegou pra cá, começou a movimentar mais. A gente tá vendo mais movimento, tá vendo que as coisas estão andando. Com o apoio que a Cáritas tá dando, as pessoas passaram a entender mais as coisas. Junto com as comissões a gente tem levado as coisas pra eles, eles tem respondido muitas coisas, a gente tá aprendendo com a Comissão e ela vai melhorando, vai ficando bem melhor. É bom que a gente participa das reuniões, presta bem atenção, porque a gente é muito bem explicado e aí a gente tem jeito de passar para os atingidos, então as pessoas passam a participar e tá tendo mais solução”.
Assista o vídeo completo para saber mais sobre as Assembleias Municipais:
Assembleias Territoriais
Já nos dias 30 e 31 de julho ocorreram as Assembleias Territoriais, em que as Comissões de Atingidos(as) se reuniram com a ATI para deliberar sobre a alteração dos regimentos internos das Comissões Locais Territoriais de pessoas atingidas dos Territórios 01 e 02.

Foto: Pedro Henrique Caldas/Cáritas Diocesana de Itabira
Durante os encontros, que aconteceram em Jurumirim (Rio Casca) e Timóteo, respectivamente, a equipe da ATI apresentou novamente as atualizações do processo de reparação e tirou dúvidas das pessoas atingidas.
“De extrema importância as informações que tivemos aqui. Muito bom saber que nossos direitos estão sendo reconhecidos, que estamos tendo resultados da nossa luta, principalmente dos direitos das mulheres serem reconhecidos, né? Graças a Deus nós estamos conseguindo com muita luta, muito esforço. Fico muito agradecida pelo apoio da Cáritas“, afirmou Núbia Geraldo da Silva, moradora da comunidade Fazenda Brasília, em São Pedro dos Ferros.
Maria Lúcia de Jesus, moradora da comunidade de Lajão, em São Pedro dos Ferros, complementou: “Tô muito feliz de estar aqui hoje, porque a gente tá tendo resposta do que a gente tá correndo atrás há tempos. Não é uma vez que a gente vai tentar, que a gente vai conseguir, tudo na vida é por etapa. Cada dia, pouquinho a pouquinho, a gente vai conseguir, sim. A gente tem que cobrar o direito que é nosso. Se tem justiça, tem que ser feita a justiça. A justiça não é pra mim, não é pra uma, tem que ser pra todos em geral. Todo mundo que foi prejudicado tem sim que ser indenizado por isso, tem muita gente doente, muita gente que até faleceu e nem vai conseguir ver nada mais, mas quem tá aqui tem que lutar sim. E cada dia temos que ter mais fé, mais coragem e mais competência e estar junto pra poder correr atrás. Fico muito feliz de estar aqui e poder ajudar também”.

Foto: Pedro Henrique Caldas/Cáritas Diocesana de Itabira